terça-feira, 13 de junho de 2017

DIREITOS SOCIAIS (PARTE 4)


O tema que será abordado nessa etapa está muito mais próximo da  nossa realidade do que imaginamos.
Falar sobre a escravidão, nos dias de hoje, é quase que exclusivamente um tema das aulas de História, mas na realidade, é assunto muito atual, e a cada dia, se torna mais preocupante devido à grande quantidade de trabalhadores que ainda vivem sob condições de trabalhos escravos.

Em contra partida, temos também uma breve evolução dos direitos do trabalhador brasileiro, claro que muitos vão pensar que são direitos de menos, outros já irão pensar ser direitos demais, mas não podemos deixar vislumbrar tamanho avanço, e entender que sempre há o que evoluir, tanto para os trabalhadores, quanto para os empregadores.


ESCRAVIDÃO:

Falando em escravidão, o Brasil aboliu, oficialmente, a escravatura em 1888, após a assinatura da Lei Áurea pela Princesa Isabel, mas é amplamente sabido que não se aboliu tão oficialmente ainda. Conforme manchete citada acima, mais de 2mil trabalhadores são libertados por ano devido ao trabalho escravo.

Se, por um lado, não existe mais senzala, em contrapartida, ameaças de morte, castigos físicos, cobrança de supostas dívidas que impedem o trabalhador de deixar o local de trabalho, falta de alimentação e condições mínimas de trabalho digno, mostram que, em muitos lugares, principalmente nas regiões 

Norte e Nordeste do país, o trabalho escravo ainda persiste.
Mas não pense que esse tipo de exploração é fato isolado dessas regiões, em grandes centros comerciais, como a cidade de São Paulo, por exemplo, fábricas de roupas de luxo são flagradas frequentemente explorando trabalho infantil e trabalho escravo, sendo a maioria desses trabalhadores, provenientes de países como Bolívia, Venezuela e Chile, ludibriados com promessas de uma vida melhor no Brasil.

Essa exploração não é exclusividade de confecções. Ao transitar pelas ruas do centro da capital paulistana, podemos notar intensa concentração de Haitianos e Angolanos, em sua maioria, ilegais, trabalhando irregularmente como ambulantes, vendendo produtos pirateados e contrabandeados, outro grande problema no Brasil.


DIREITOS DO TRABALHADOR

Falar sobre os direitos do trabalhador e sua evolução é sempre um desafio. Por milhares de anos o trabalho vem constantemente evoluindo. A cada geração novas tecnologias, novos conceitos, exigindo cada vez mais do trabalhador.

No passado, quando não existiam máquinas, tudo era feito pela mão do homem (de início escravos, depois, servos e posteriormente, artesãos), e com intenção de se obter cada vez mais lucros, a mão de obra era super explorada, com jornadas de trabalho de mais de 12h, sem direito a folga ou férias, baixíssimos salários e, é claro, nenhum benefício ou direito. Já que não existiam direitos do trabalhador, nem tampouco, justiça do trabalho, não havia formas de o trabalhador exigir nada aos patrões, pois corria o risco de perder o emprego.

Com o surgimento das máquinas aumentou-se também a produção e, consequentemente a necessidade de mais mão de obra, neste período, as indústrias contratavam mulheres e crianças, tendo estes, salários ainda menores que os já explorados homens. Mulheres trabalhavam tanto quanto os homens e, mesmo que estivessem grávidas, não tinham direito a nenhum tipo de licença ou descanso.

No início da era das máquinas, trabalho infantil era algo muito comum, já que, por serem pequenas, as crianças eram colocadas para operar grandes máquinas, pois poderiam “entrar” nelas para destravar as peças quando emperravam. 

Acredito nem precisar comentar quantos morreram ou tiveram partes do corpo mutilados neste período.

A criação do salário mínimo no Brasil em 1940, pelo então presidente Getúlio Vargas, visava garantir à classe trabalhadora melhores condições de vida, isso deu abertura para o que viria a surgir no ano seguinte, 1941, a criação da Justiça do Trabalho e, dois anos depois, em 1943, a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

A CLT seria então, um conjunto de leis que garantiriam não somente os direitos dos trabalhadores, mas também, a garantia da dignidade da pessoa humana dentro das indústrias e outros postos de trabalho, regulamentando as relações individuais e coletivas do trabalho como carga horária, férias, salário família, abono, entre outros.

A Justiça do Trabalho, uma Instituição criada para que o governo pudesse intervir, em favor do trabalhador, para garantir que esses direitos possam ser efetivamente exercidos. Apesar de ainda não estar em seu ideal, nos dias de hoje, podemos dizer que as maiores conquistas, e que são em sua maioria colocadas em prática, são os direitos do trabalhador brasileiro.

Conquistar esses direitos demandou de grandes lutas da classe operária ao longo dos tempos, mas foi a partir do século XIX, com a revolução industrial e ascensão do sistema capitalista, que os trabalhadores ganharam forças para lutarem por estes direitos. Esses movimentos possibilitaram a criação de sindicatos, que eram organizações formadas por trabalhadores, que protestavam contra a exploração capitalista.


"Claro que esta síntese não aprofunda no assunto, no entanto, nos dá um Norte ao tema, direcionando assim sobre quais caminhos poderíamos seguir para encontrar respostas mais completas sobre este complexo e longo assunto.
No próximo tópico, prosseguirei com uma breve conclusão sobre todos os tópicos abordados em cada uma das postagens, assim, o caro leitor poderá entender melhor meu ponto de vista e posicionamento, e, quem sabe em breve, possamos aprofundar sobre o tema."
.......Continua>>>>



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